Todo o carisma de novo candidato a principal pilar da Jump: Toriko!

O Xtreme Repórter Divider investiga um dos shonens recentes mais bem sucedidos na recomendação especial para a Jump Weekend!

  Quem gosta de mangás com certeza conhece ou já ouviu falar na toda poderosa Shonen Jump, uma antologia de mangás que publica semanalmente capítulos de séries bem famosas, como One Piece e Naruto. Em um belo e serelepe dia um pequeno duende foi ao twitter e disse: Por que não fazer uma blogagem coletiva sobre mangás da Jump? E aqui estamos com a Jump Weekend, um evento envolvendo diversos blogs e tendo como assunto em comum as obras que são publicadas ou já passaram pelas páginas da Jump (algo parecido com o Tezuka Day e o CLAMP Day). Pelo menos dessa vez foram mais criativos e não chamaram a bagaça de Jump Day. Os posts irão ao ar entre 30 de Junho e 2 de Julho. Você, pequeno padawan, não precisa se preocupar  porque no dia dois (data do aniversário da revista em questão) atualizaremos esse post com o link para todas as postagens dos participantes. Depois dessa introdução mais informativa que o TeleCurso 2000, estão preparados para sentir um pouco de fome?

  Toriko é um mangá de autoria de Mitsutoshi Shimabukuro e vem sendo publicado na Weekly Shonen Jump (oh, sério?) desde Maio de 2008. O último volume lançado no Japão é o 19 e a obra é licenciada nos Estados Unidos pela Viz. Em Abril de 2011 a série ganhou uma versão animada pelas mãos da Toei Animation, ainda em exibição na Tv Fuji, e já conta com 63 episódios.

  Bom, dados os dados (rs) principais para quem não conhece a obra se situar, fica aqui o aviso que esse post não conterá spoilers, então pode continuar lendo feliz da vid

  O mundo vive a chamada “Era Gourmet“, onde praticamente tudo gira em torno da culinária (acho que uma das únicas coisas que me irrita é que tudo é “gourmet”: Batalha Gourmet, Restaurante Gourmet, Cassino Gourmet, Sagrada Armadura Gourmet, 7 Esferas Gourmet, mas você se acostuma). Sendo assim, ingredientes exóticos oriundos de terras onde o ser humano jamais fora capaz de chegar são muito valorizados e bem pagos. Nesse contexto, aqueles que se destinam à caça de animais selvagens (classificados em níveis de captura, sendo esse nível proporcional à dificuldade de se derrotar o animal) ou à exploração de terras inóspitas para adquirirem tais ingredientes, os chamados Bishoku-ya, são respeitados e bem vistos pela comunidade em geral.

  Toriko, o personagem principal, é um Bishoku-ya que está sempre a procura de novos sabores (essa frase ficou parecendo slogan de restaurante). Ele não faz isso apenas para conseguir dinheiro, mas também para completar seu Menu da Refeição Completa que seria nada mais do que um cardápio pessoal com as melhores refeições nas “categorias”: aperitivo, sopa, peixe, carne, prato principal, salada, sobremesa e bebida. Só pela extensão da lista já da pra perceber que ele come bastante.

  Enquanto Naruto quer se tornar o Hokage e Luffy quer achar o One Piece, Toriko, a princípio, quer apenas descobrir as comidas mais deliciosas do mundo para completar seu Menu. No início do mangá nenhuma das oito categorias foi decidida, o que deixa claro que elas serão escolhidas ao longo da obra. Pode parecer um objetivo simples, mas a maneira como é executado não deixa em nada a desejar.

  Essa é a base principal de Toriko. O mangá vem conquistando ótimas posições nas ToC’s (as pesquisas semanais de popularidade entre os mangás da Jump), frequentemente figurando ao lado dos medalhões da casa (como os já citados One Piece e Naruto). O sucesso da obra não pode ser negado. É só ver quantas capas e páginas coloridas ele costuma ganhar. Todo esse destaque fez com que os leitores de maneira geral passassem a se perguntar se ali estaria o próximo grande mangá da da Jump. E, por enquanto, tudo caminha para que isso se concretize.

  Dada a boa recepção da obra pelos leitores, lá no começo da sua publicação, a Jump decidiu lançar os volumes 1 e 2 simultaneamente. Tanto é que as capas dos dois se completam, formando uma única imagem (essa aí do lado). Um belo recurso para fazer com que o público comprasse os dois de uma vez. Porém, esse é o único ponto que ainda impede os fãs mais fervorosos de bradarem aos quatro cantos que seu mangá favorito é um grande sucesso: a venda de encadernados.

  O último encadernado lançado no Japão, o de número 19, vendeu 237.857 unidades na primeira semana. Para quem não acompanha o número de vendas pode parecer muito, mas não chega nem perto dos 600 mil alcançados por um HunterXHunter ou dos 800 mil de um novo volume de Naruto (e com os 2 milhões que One Piece vende fácil na primeira semana então, nem se compara… se bem que One Piece é uma aberração e não serve de padrão para comparação nenhuma).

  Mas há de se lembrar que todos esses títulos já estão na faixa do volume 60 (exceto HunterXHunter, que na verdade deveria estar por aí se seu autor não fosse tão preguiçoso). Perto deles o mangá do tio Shimabukuro é apenas uma criança. Criança essa que tem muito potencial para crescer e alcançar facilmente a meia centena de volumes. Digo isso porque o universo criado em Toriko é extremamente amplo e a história possui base para se expandir cada vez mais, sem correr riscos de o autor ficar limitado por elementos que ele mesmo criou. Não bastasse isso o mangaká ainda coloca mais e mais elementos que ajudam a sustentar o enredo da obra, como os 4 Reis Divinos e a Bishokukai (não vou falar quem são para vocês ficarem curiosos e irem ler, rs).

  Além disso, outra característica não deve ser deixada de lado, ainda mais que estamos falando do manga é a arte. Os desenhos possuem um visual que lembra muito sucessos da década passada, como Hokuto no Ken, o que confere à obra um tom levemente nostálgico para aqueles que acompanham a Shonen Jump há muito tempo, mesmo se tratando de uma obra mais atual. Em uma indústria onde o traço limpo e com personagens magros e aparentemente perfeitos é maioria, Toriko se destaca. Os desenhos parecem até “feios” em uma primeira folheada, mas ao ler percebe-se que ele se encaixa com o clima da obra. A brutalidade e a “feiura” mostradas nos momentos de raiva ou nas feições de novos monstros são ótimas características para propiciar ao leitor uma grande imersão na obra.

  É tudo uma questão de “se deixar levar” e não ter preconceito apenas por causa do traço. Dos mangás publicados na Jump, creio que Toriko é o único com essa característica (não leio todos para afirmar com certeza). E também, um mangá feito para meninos (a principal faixa etária da Jump) não precisa ser necessariamente composto de quadros dignos do classicismo romano. As crianças/jovens acham divertido um personagem descomunalmente musculoso dando uns belos sopapos em monstros pra lá de feios. Com isso Toriko arrebata, em uma primeira olhada, tanto os mais novos que buscam uma diversão descompromissada quanto os saudosistas da época em que cérebros voavam a torto e a direita pelas páginas da Jump.

  Apesar de não termos muita comédia durante o decorrer da história, volta e meia tem-se um quadro com Toriko fazendo alguma careta engraçada. E não pense que ele é daqueles protagonistas que reina absoluto na sua obra. Outros personagens vão sendo apresentados aos poucos e, cada um com sua característica específica, conseguem ser cativantes sem ofuscar a estrela principal. Gosto bastante de todos eles, sendo que até agora não tenho nenhum personagem odiado na série.

  Destaque para o cozinheiro Komatsu, que aparece logo no primeiro capítulo. Ele é um cara normal que, por um pedido do restaurante onde trabalha, acaba por acompanhar Toriko em uma caçada. Após se mijar de medo (literalmente ele mija nas calças) ele toma gosto por ver como os ingredientes com que ele trabalha são capturados, como eles são quando ainda vivos, e passa a acompanhar o protagonista em suas “missões”. Coco, com sua aparente frieza, Sunny com sua mania de valorizar muito a beleza (alá, rimou), e a adorável (e feroz) mascote Terry são outros “companheiros” apresentados. Sendo esse último apresentado em uma das passagens mais emocionantes que li até agora. Porque, sim, quando Shimabukuro decide que quer fazer uma cena bonita, consegue.

  O legal é que o autor busca dar um embasamento real para justificar algumas característica extraordinárias da sua obra. É muito comum ter uma sequência de quadros que remete a conhecimentos biológicos explicando os poderes do protagonista (que são muito interessantes, por sinal, sem serem “mágicos” demais) e as habilidades dos inimigos. As coisas não estão lá só “por estar”. Toriko, por exemplo, é um comilão de carteirinha. A quantidade de comida que ele ingere é absurda, e isso não é apenas um tique para caracterizar o personagem há um motivo para tal (que não vou falar qual é, vão ler, larara).

  Falando em comida, como eu queria viver nesse mundo para experimentar o que eles comem. Shimabukuro desenha e descreve com tantos detalhes as refeições que elas parecem até ser reais. Quantas vezes eu já não me peguei sentindo fome lendo Toriko? Sem exagero, algumas coisas fazem a boca salivar. É como já dizia a máxima (inventada por mim, rs): Ler Toriko da fome e comer me lembra de ler Toriko.

  Não bastasse todas as características apresentadas, a obra teve ainda outro impulso para alavancar sua popularidade: o primeiro episódio do anime. A versão animada em si já serve para dar um up no mangá, mas o primeiro episodio em questão foi especial por se tratar de um crossover entre os personagens de Toriko com os personagens de One Piece, já que ambos são animados pelo mesmo estúdio, a Toei.

  Toei essa que adora fazer uma economia. Enquanto a maioria dos animes recebe novas aberturas a cada 12 ou 20 episódios, Toriko, com seus mais de 60 episódios, está ainda na sua SEGUNDA abertura. Vi um pouco da versão animada e não me agradou de todo. É bem animado e muito bonito visualmente, mas o começo pareceu bem corrido, cortaram coisas que não deveriam, adicionaram o que não precisava (colocaram uma fucking repórter filler no time principal, PRA QUÊ?) e, o pior, a censura. É tão legal ver os bichos sendo decepados no mangá, mas no anime eles apenas, hmmm, como dizer? Parece que eles são de borracha, envergam em vez de serem cortados. Por isso leia primeiro e veja o anime apenas como um “extra” para não se decepcionar.

  Com essa temática de “caçar animais” alguns órgãos de defesa dos animais ou coisa do tipo poderiam começar a reclamar. Mas não pense que existe uma matança doida e descontrolada de bichinhos inocentes no decorrer da trama. Toriko tem a filosofia de só matar aquilo que deseja comer. Se ele mata, ele come, é a regra. Pode parecer um detalhe besta, mas de fato não é isso que fazemos para conseguir carne? Creio que isso afastou militantes chatos que poderiam causar problemas para a obra (ou vai ver esse povo não lê mangá mesmo, rs).

  Com tudo isso dito acima e com os finais de Naruto e Bleach chegando, não duvido nada que o mangá do Tio Shimabukuro venha a se tornar um dos pincipais pilares a sustentar as vendas da Shonen Jump semanal. Eu torço para que a obra também consiga muita popularidade mundo afora, afinal, One Piece é o líder de vendas no Japão, mas fica atrás de Naruto nas vendas nos Estados Unidos (onde, como eu já disse, Toriko é publicado pela Viz). E, com a expansão do mangá, quem sabe não o vemos aqui no Brasil? Torcer nunca é demais, não é mesmo?

  Creio que Toriko ainda vai crescer bastante. Por isso, aproveite que a obra ainda conta com “apenas” 190 capítulos e vá ler! Eu não gostei do primeiro capítulo, achei até meio besta, mas dei uma insistida e não me arrependo. Por isso, aqui fica a nossa recomendação especial! Vão ler Toriko!

  Para ficarem com um gostinho (há, piadinha) fiquem com a primeira abertura. Mas é pra ler o mangá primeiro, viu?

Keep calm and GUTS, GUTS, GUTS!

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